Como foi a quarentena na Itália
Já falamos aqui no blog sobre a quarentena na Austrália, que já está vivendo quase o pós Covid-19, também da retomada gradual na França e do que os canadenses vivenciaram. Hoje, a Viviane Grion é nossa convidada para contar sobre a quarentena na Itália.
Quarentena na Itália
“A quarentena na Itália quebrou nosso ano letivo ao meio. Nas férias de fim de ano tínhamos todos viajado normalmente, porém em janeiro minhas primeiras provas começaram e, com isso, o estudo intenso também. Não havia nenhuma pandemia, mas no meu caso, já estava sem sair de casa para estudar.
Depois dessas provas, pudemos viajar novamente em fevereiro. Eu tinha acabado de voltar para casa das “mini-férias” quando repentinamente a Itália entrou em colapso. Comecei a ver pessoas andando na rua com máscara, mas (até onde eu sabia) haviam pouquíssimos casos na Itália. Pelo começo de março eu comecei a ficar com muito medo. Não me sentia segura saindo na rua, preferia passar o tempo em casa pela minha segurança. Começaram a anunciaram fechamentos de regiões da Itália, primeiramente a Lombardia – região mais afetada durante toda a pandemia – e logo após começou o lockdown e a quarentena na Itália. Muitos amigos decidiram “fugir” para o Brasil, no entanto, eu decidi ficar e encarar a pandemia, já que não sabíamos como seria o decorrer da pandemia.
Depois de algumas semanas de aulas adiadas, começamos a ter aulas online padronizadas para toda a universidade e acredito que a Politécnico de Milano, faculdade em que estudo, se saiu muito bem com esse novo sistema improvisado. Provas e qualquer tipo de avaliação foram online também.
Meu alicerce nesse período foi minha colega de quarto, que compartilhou comigo as angústias e os bons momentos da quarentena na Itália. Porém foi bem difícil ficar longe dos meus pais, preocupados com minha saúde física e mental. Acredito que foi um momento importante para focar na minha saúde e a quarentena me obrigou de um jeito positivo a adotar uma rotina melhor para meu corpo e alma.
A quarentena na Itália foi bem rígida, não podíamos MESMO sair de casa sem um documento “nos permitindo sair de casa”. Para fazer compras só poderiam ir uma pessoa por vez (nada de acompanhantes) e sempre com muitas filas para evitar aglomerações nos mercados. As multas para quem “furasse” a quarentena chegavam a até 200 euros!! Nós praticamente só ouvíamos ambulâncias na rua. Finalmente, aos poucos a flexibilização foi crescendo, mas com muitas restrições. Sair para caminhar parecia uma benção em plena primavera florida e libertadora!
Agora estou fazendo tudo o que não pude fazer, com cautela é claro, mas finalmente consigo aproveitar a cidade incrível que estou morando neste país fascinante.”
Relacionado
Bruna Martines
Bruna é paulista e adora o caos paulistano diário. Estuda engenharia ambiental na USP e fez intercâmbio em Nancy na França. É apaixonada por natureza e ecologia. É amante de experimentar boa comida, falar de Disney e descobrir novas culturas. Virginiana precavida leva na mala sempre tudo o que pode precisar, uma dose de empolgação e uma pitada de irresponsabilidade, no seu ponto de vista, essa é a melhor receita para explorar o mundo! Instagram @allweneedtonightislove