
A construção do Cristo e a história da Maia
A chegada no Rio de Janeiro pelo aeroporto do Santos Dumont já é, por si só, encantadora. De dentro de um avião comercial é possível ter a sensação de estar em um voo panorâmico. Foi nesse momento que comecei a me sentir dentro de um livro que li recentemente: As sete irmãs – a história de Maia. Nesta viagem, a Cidade Maravilhosa ganhou um encanto a mais já que, além das belezas locais, eu passei a procurar também pelos cenários da história.
Se você também se encanta pela mistura de literatura, cinema e viagem e está sempre buscando histórias que se passam no lugar antes de viajar, este é um livro que você precisa ler. Neste post não darei spoilers da história, apenas comentarei as correlações da parte histórica do livro com o passeio pelo Cristo Redentor.
Mas antes de tudo, sobre o que é a série As sete irmãs?
Na série 7 irmãs, a irlandesa Lucinda Riley conta a história de meninas, adotadas ainda bebês e criadas como irmãs por um misterioso homem, apelidado pelas filhas de Pa Salt. Cada uma recebeu seu nome em homenagem a uma estrela da constelação “Plêiades” (Maia, Alcíone ,Astérope, Celeno, Taígeta, Electra e Celeno, a sétima e nunca encontrada irmã). Ao morrer, Pa Salt deixou pistas sobre a verdadeira origem de cada uma das meninas e as coordenadas geográficas do local onde elas podem buscar a sua própria história. Maia, a irmã mais velha, é brasileira de nascimento e a história da sua família está diretamente ligada com a do Cristo Redentor.
As Sete Irmãs – a História de Maia
Apesar de os livros serem romances fictícios, a autora trás muito da história local misturando personagens reais com imaginários. No site de Lucinda Riley (e no final dos livros), encontramos um pouco mais sobre suas pesquisas históricas. Uma delas conta a história de Paul Landowski’s e Heitor da Silva Costa, figuras importantes na construção do Cristo. A autora, inclusive, afirma que seus livros não são de história, são literaturas, mas que podem ensinar um pouco do local onde a história acontece.

Cosme Velho
É para este bairro que as coordenadas geográficas de Maia apontam. Um casarão conhecido como “Casa das Orquídeas” é onde ela começa a descobrir a história da sua bisavó Izabela Bonifácio. Casarões antigos cercam a entrada para o trem atual que leva ao topo do Corcovado. Para quem leu a história é impossível não imaginar a vida de Izabela e a busca por fazer parte da nobreza carioca.
O bondinho
A bisavó de Maia sobe ao topo do corcovado duas vezes durante a história. Ela narra como era íngreme a subida e como, em alguns trechos, o trenzinho parecia voar. Assim como o passeio de trem para Morretes, a subida para o Corcovado é encantadora; uma obra de arte da engenharia. As paisagens são deslumbrantes e, de fato, nos sentimos voando em algumas partes.
Inaugurado em 1910, o trem para subir o Corcovado foi o primeiro trem elétrico da América do Sul. A quarta geração do trem, que hoje sobe a montanha, foi lançada em 2019.

O Cristo Redentor
A história da família biológica de Maia está diretamente ligada à do Cristo Redentor. Ela revela várias curiosidades sobre a construção da estátua, como o fato de ela ter vindo desmontada de barco da Europa – pois foi esculpido na França – e remontada no topo do Corcovado; o molde das mãos, que todo mundo acreditava ser da poeta Margarida Lopes de Almeida; e, principalmente, as placas triangulares de pedra-sabão, colocadas em todo o cristo para evitar que a estatua ficasse esverdeada.
Segundo a história, este mosaico foi todo organizado pelos grupos de mulheres das igrejas. Para garantir a benção eterna para suas famílias elas escreviam os nomes dos familiares na parte de trás (colado no cristo). Esta parte não temos como saber se é verdade mas, graças ao zoom da câmera, pude comprovar os triângulos já que não são visíveis a olho nu.

Meu palpite sobre o final da história
Ainda estou no terceiro livro da saga, mas enquanto lia todas as placas explicando a história do Cristo, ia buscando pelos personagens do livro As sete irmãs – a história de Maia, encontrei algo que me chamou atenção:
“1931- Por incentivo do jornalista Assis Chateaubriand, o cineasta italiano Guglielmo Marconi foi convidado para inaugurar a iluminação do monumento, a partir do seu iate Electra (…)”
Placa no topo do corcovado
Será que a história da sexta irmã Electra tem alguma relação com a de Maia? Ou a de Ally (Alcíone), apaixonada por barcos e pelo mar assim como Pa Salt? Estou animada para ler os próximos livros e descobrir.
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Yasmin Graeml
Yasmin Graeml é jornalista e idealizadora do Qualquer Latitude. É noiva de um Alemão Australiano, trabalha para uma startup na Califórnia focada em América Latina. Vive entre línguas e latitudes! Já morou na California, em Orlando (trabalhando na Disney), na Tailândia e na Austrália. Ama explorar novos destinos e contar histórias.

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