Minha vida entre malas #2
Todo mundo tem seus luxos. Alguns amam carros, outros colecionam antiguidades, tem aqueles que amam restaurantes luxuosos e entre tantos vícios e luxos tem os apaixonados por viagem. Aquelas pessoas que não tem medo do novo, que estão dispostas a passar por qualquer situação. Que entendem que o mundo vai muito além do seu bairro e das suas tradições. Abertos a novas culturas, pessoas totalmente diferentes, lugares novos e aventuras.
Sou da quelas que mal chego já estou pensando em ir de novo. Alguns podem até me achar metida, ou achar que eu não gosto do Brasil. Isso não é verdade, tudo que eu acho é que o mundo é muito grande para ficar em um lugar só. Vivo em um dilema de asas e raízes, e não é de hoje que tenho que lidar com a distância e fusos horários.
Uma vez ainda no colégio eu deveria ter uns 10 anos. Uma menina mais velha veio me falar que a 5 série era muito difícil que estudava coisas que ela nunca tinha ouvido falar. Então ela me perguntou se eu sabia o que era fuso horário, eu respondi como se fosse a coisa mais obvia do mundo. Ela me olhou meio envergonhada e falou: é… mas não é tão fácil assim. Esse dia me marcou, foi a primeira vez que percebi o quanto viajar mudava minha visão de mundo. Ficou muito mais fácil estudar o feudalismo vendo um castelo de verdade. Tenho muita sorte porque meu pai viaja muito a trabalho e tenho vários amigos (e casas para ficar) em muitas partes do mundo. Isso me abre oportunidades incríveis, não só como turista mas também como amante de diferentes culturas, pois além de vivenciar as paisagens e pontos turísticos tenho a oportunidade de ver e viver um pouquinho da vida nos outros países.
Hoje viajar se tornou uma parte de mim, sou quase uma parede de hotel (aquelas que tem relógios com horário em vários países), sei o fuso do Japão, da Austrália, de países da Europa e da Africa, dos Estados Unidos… tudo de cabeça. Acho que conviver com o fuso horário é o preço que se paga por uma coleção amigos internacionais. Aprendi que amizade vai muito além de alguém que você vê todo dia, amigos são aqueles que não importa quanto tempo passe você lembra com carinho. Aprendi também que conhecer o mundo não é viajar para a Disney ou já ter visto a Torre Eiffel, é vivenciar culturas, abrir o pensamento e ver que cada cantinho deste mundo tão grande é especial de um jeito diferente.
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Yasgraeml
Yasmin Graeml criou o Qualquer Latitude em 2013 durante um intercâmbio de High School na Austrália, jornalista e apaixonada por contar histórias adora dar conselhos de viagem e preparar roteiros para os leitores do blog!