sem celular

Duas semanas sem celular, no meio do DESERTO

Para quem já leu John Green Cidade de Papel é a definição se aplica totalmente ao Outback Australiano. Horas e horas no meio do nada, com cidades minúsculas, que as vezes se resumiam em um posto de gasolina um mercadinho e 3 casas. E foi nesse cenário que eu fiquei 100% sem celular.

Fui de avião de Sydney para Alice Springs e fiz o caminho de volta em um ônibus com mais 40 intercâmbistas de vários países (mas a maioria da Europa). No total foram 44 horas de estrada e 3.010 km em 12 dias parando em 11 cidades.

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Durante a viagem meu celular deu problema. Claro que ele não podia escolher lugar melhor para parar de funcionar do que no meio do deserto Australiano. Passar duas semanas sem celular, em um mundo em que todo mundo está sempre conectado foi uma experiência que eu não poderia deixar de contar aqui no blog.

A vida sem celular:

Tive a “sorte” de meu celular estragar no segundo dia de viagem. Agora a questão: como sobreviver sem o celular, quando você está usando ele como câmera, relógio, despertador, LANTERNA, computador, obviamente como celular e como distração para todas as horas dentro de um ônibus?

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Viver sem tecnologias foi um desfio que eu sempre quis fazer e nunca realmente consegui. Desde pequena eu e as minhas primas tentamos durante as férias passar um dia sem tecnologias “fúteis” (TV, Computador, Celular, Tablet). Nunca deu 100% certo. Sempre teve uma pausa para assistir o nosso programa de TV favorito ou para responder rapidinho uma mensagem… Confesso que sempre fui a mais viciada em tecnologias de todas e agora acabei de vencer o desafio! Foram praticamente duas semanas sem encostar em um celular, (emprestei o celular de uma amiga só para deixar as minhas mães -brasileira e australiana- tranquilas)!

Meu primeiro e acho que maior desafio foi a lanterna (item que sem o celular que eu tive que comprar durante a viagem), quando se está morando em uma barraca a lanterna é algo essencial. Cada vez que eu precisava buscar um casaco ou procurar meu pijama eu tinha que pedir um celular ou uma lanterna emprestado.

Meu segundo desafio foi homesick. Eu queria contar para os meus amigos do Brasil tudo que estava acontecendo. Queria poder mandar um snap do topo do Uluru, um vídeo com a musica que a gente cantava todas as manhas no ônibus… Algumas vezes cheguei a ficar realmente triste de não poder compartilhar instantaneamente as novidades.

Terceiro problema e o mais importante de todos: eu não tinha uma câmera, por isso não puder fazer vídeos da viagem (tem apenas um do Kings Canyon). Este problema foi amenizado pelos amigos incríveis que eu fiz. Eles tiraram muitas fotos e vão me mandaram assim que voltamos para a civilização (e para o wifi).

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Agora o problema mais engraçado de todos: sem meu celular eu nunca sabia que horas eram, então escureceu era hora de dormir! Algumas vezes eu falava boa noite, até amanha e a galera me perguntava se eu iria mesmo dormir as 20:30!

 Agora uma parte de boa sem celular: eu evitava a briga pela tomada! Na cidade em que a foto foi tirada nem sinal de celular tinha:

Acampamento no século XXI: no meio do deserto e o que as pessoas mais procuram não é água e sim tomadas! Um dia o guia falou hoje vamos dormir em um camping 10000 de estrelas, vocês nunca vão ver tantas estrelas no céu como essa noite! Todo mundo ficou animado, mas a animação foi menor do que quando ele disse: ah e no próximo Camping tem Wifi.
No fim dessa história eu aprendi que viver é mais importante que registrar o momento, quando chegamos em uma das cidades (com sinal de celular)  tínhamos meia hora até o guia chegar, era no meio do nada, mas eu e algumas amigas descemos e começamos a jogar bola no meio do deserto.

Dos 40 adolescentes tínhamos quatro fora do ônibus até um dos líderes da viagem comentou “Ah eu acho que todos deveriam estar aqui fora”. Talvez, sem meu celular, eu não tenha as fotos mais perfeitas da cidade subterrânea da Austrália, mas sou uma das poucas pessoas no mundo que pode dizer que brincou de bobinho nos desertos Australianos!

Yasmin Graeml criou o Qualquer Latitude em 2013 durante um intercâmbio de High School na Austrália, jornalista e apaixonada por contar histórias adora dar conselhos de viagem e preparar roteiros para os leitores do blog!

6 Comentários

  • deeh

    Nossa, que aventura! hahahah eu não me imagino sem celular, muito menos num acampamento no deserto, rs. Mas aposto que sem celular você aproveitou muito mais do que o resto do pessoal. Adorei seu blog e com certeza vou acompanhar!! 😉

    http://www.saltoquinze.com.br

  • Ana Beatriz Leiroz

    Que incrível! A gente sem celular se sente meio nu mesmo. Dia desses esqueci o meu celular na casa do meu namorado e ficava com medo de andar na rua, acontecer algo e eu não ter a que recorrer. Me senti extremamente dependente dele. Imagina você do outro lado do mundo, no meio do deserto e sem ter como falar com as pessoas direitinho? Noooossa, que desespero! haha
    Mas e o camping de trocentas estrelas? Vocês conseguiram?

    http://www.balburdia-interna.blogspot.com

  • Yasmin Graeml

    Pois é, eu me senti bem perdida nos primeiros dias, depois me acostumei…
    Sim a gente foi no camping a vista do céu era maravilhosa! Nunca vi tantas estrelas quanto nessa viagem!