Viagem sozinha

Viajar sozinha e ficar sozinha

Ser viajante me rendeu amigos espalhados pelo mundo, na maior parte das minhas viagens organizar a agenda com todos os cafés, almoços e muitas vezes casas para ficar é um desafio. Não que eu esteja reclamando, amigos espalhados pelo mundo são uma das minhas grandes motivações para viajar. No ano passado rodei o mundo, passei menos de três meses em casa e foi um dos anos que mais vi os meus amigos mais próximos (e distantes ao mesmo tempo). Ver as fotos de todos os abraços de 2022 dá um quentinho no coração mas também me fez pensar quando foi a última vez que fiz uma viagem sozinha, e fiquei sozinha. 

Aqui no Qualquer Latitude temos muitos posts sobre viajar sozinha, aprender a apreciar a própria companhia e até mesmo como fazer amigos viajando sozinha. Vários destes posts foram escritos por mim e eles representaram muito bem a Yasmin aventureira, que ama conhecer pessoas, fazer amizades. Porém hoje me peguei em uma situação diferente, uma viagem sozinha sem a intenção de conhecer absolutamente ninguém. Sem tour, sem novos amigos. Só um roteiro criado por mim, para mim. Em um país que eu nunca estive antes e é diferente de absolutamente tudo que eu já vivenciei. 

Já contei aqui no blog que lá no fundo sou uma pessoa medrosa, e que minhas aventuras são mais guiadas pela paixão ao desafio (e atitudes tomadas no impulso sem pensar demais no que pode dar errado). Hoje me dei conta que eu estava sozinha, sentada olhando o pôr do sol em Hong Kong e que eu simplesmente não conheço ninguém aqui, nem próximo daqui.

Pela primeira vez estou fazendo uma viagem sozinha que não envolve hostels ou tours. Não é sozinha de pessoas conhecidas, é sozinha sozinha. E eu nem percebi que não tinha mais ninguém por perto até este momento. Talvez faça parte de amadurecer, mas segui o meu caminho e o meu dia totalmente na minha companhia, inclusive com internet super limitada. Consegui focar no momento e priorizar aquilo que é importante para era importante para mim.

Acordei no meu hotel cápsula, percebi que o meu celular não tinha carregado durante a noite. Deixei carregando enquanto me arrumava e sai com a bateria pela metade… Sentei em um café, conversei um pouco com a barista que falava bem inglês. A conversa mais longa do meu dia. Assim segue, trocando algumas palavras com estranhos para pedir informação, troquei poucas mensagens com a minha mãe e meu namorado – a internet e a bateria estavam bem limitados.

No almoço pedi uma mesa para um. Por falta de lugares no restaurante, uma chinesa sentou na minha frente. Ela não falava muito inglês então trocamos poucas palavras.  Durante a tarde, sentei em um café por uns 40 minutos enquanto meu celular carregava. Sozinha, com o celular desligado, olhando pela janela e tomando meu café. No jantar mais uma mesa para um.

Amanhã eu vou para Disney, sim, sozinha. Não que eu não goste de companhia, mas é uma liberdade saber que posso fazer o que eu quero mesmo quando ninguém pode fazer comigo. Esta viagem aconteceu por acaso. Estou indo para a Califórnia, onde morei por um ano e mantenho vários amigos queridos. A escala acabou sendo por Hong Kong, achei que era uma boa chance de conhecer a cidade, resolvi ficar por dois dias. No plano inicial meu namorado vinha junto. Ele ficou preso no trabalho. Resolvi manter a viagem, eu vim, curti, aproveitei ao máximo a minha bela companhia.

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Yasmin Graeml criou o Qualquer Latitude em 2013 durante um intercâmbio de High School na Austrália, jornalista e apaixonada por contar histórias adora dar conselhos de viagem e preparar roteiros para os leitores do blog!