O drama da fila de espera do Processo Seletivo da Disney

Este ano as inscrições para o processo seletivo de intercâmbio de trabalho na Disney acabaram em tempo record de aproximadamente 10 minutos. O site deu erro várias vezes e muitos participantes não conseguiram se inscrever por este motivo saindo até uma nota da STB, empresa que organiza o programa no Brasil pedindo desculpa. Se você queria muito participar da seleção mas não conseguiu se inscrever temos uma ótima notícia para você: Existe uma fila de espera do processo seletivo da Disney!

A fila de espera do processo seletivo da Disney funciona como uma fila de show, por ordem de chegada na calçada e, acreditem ou não, o pessoal quase acampa para conseguir entrar! É nesta hora que você vê o poder da Disney não é mesmo? Fila de madrugada para ter uma chance de participar de uma seleção para um trabalho de salário mínimo! (e apesar de tudo isso, do stress do processo seletivo, das muitas horas trabalhadas, quase todo mundo sai de lá querendo voltar afinal, é Disney não é mesmo?!) Quem vai contar um pouco mais e dar algumas dicas de lista de espera é o Guilherme Beghetto Character Attendant 17/18

Dia 04 de Junho de 2017, lá estava eu firme, forte e pronto às 5h30 da manhã de pé em uma cidade desconhecida com pessoas desconhecidas em uma rua que eu nunca tinha ouvido falar e muito escura na fila de espera do processo seletivo da Disney. Eu resolvi participar do ICP DUAS semanas antes das palestras de São Paulo. Ou seja, todas as cidades programadas (Recife, Floripa, BH e Brasília) já haviam tido suas respectivas palestras e entrevistas e só me restava São Paulo. Eu sabia que o tempo era curto mas eu tinha que tomar uma decisão: ou eu esperava um ano para o processo seletivo de 2018 para entrar na loteria da  inscrição do site ou eu comprar uma passagem de ônibus e viajar para São Paulo para tentar entrar em uma palestra que eu nem sabia sobre. Sim, eu escolhi a segunda opção.




Depois de 7 horas de viagem, cheguei em São Paulo 1h30 da manhã, peguei um UBER e fui para o hotel onde eu passaria somente uma noite. O hotel era três quadras do Teatro Santa Cruz (local das palestras) e eu consegui dormir por 2 horas. Quando acordei comecei a acompanhar em um dos grupos do Whatsapp que a fila já estava na senha 80 ás 5h da manhã. Foi ai que o desespero bateu muito forte. Saí correndo do hotel com uma pasta e um casaco e fui para o teatro.

Quando cheguei na fila de espera do processo seletivo da Disney me senti no show do Justin Bieber; muitas pessoas enfileiradas em um portão que eu mal conseguia enxergar porque não tinha um raio de sol no céu ainda. Entrei na fila e pensei “o que diabos eu estou fazendo aqui mano?”. Comecei a conversar com as outras pessoas que estavam e situações muito semelhantes à minha. Algumas sonhavam com o ICP há anos e nunca tinham conseguido passar da primeira fase, outras haviam conhecido o programa na semana anterior e não conheciam nem as roles, mas eu era o único que havia vindo de outro estado, perdido trabalho e faculdade para ficar na rua esperando por uma chance de entrar. Foram quase 9 horas em pé/sentado na calçada e dormindo encostado no portão junto de pessoas com o mesmo objetivo: serem escravos ops, quero dizer: funcionários do Mickey.

A fila de espera funciona da seguinte forma: a STB não organiza, orienta ou se responsabiliza pelas pessoas que estão lá fora. São pessoas que chegam e ficam esperando fora do local por alguma vaga remanescente do processo.

Lá pelas 6h30 a fila já tinha dobrado a esquina e percebemos que algumas pessoas estavam chegando e furando a fila na cara dura. Começou um bate boca e a mãe de uma NC (carinhosamente apelidada de mãe da senha) começou a distribuir algumas senhas com o nome da pessoa no papel. Jogada MUITO inteligente. Fui a senha 115 e aquelas pessoas que chegaram as 6h30 já receberam senhas para cima do 200.

O tempo passou, todos os inscritos da palestra das 9h já haviam entrado e começaram a chamar a fila de espera. Se eu não me engano chamaram até a senha 78. Nesta hora, nos recomendaram a voltar de tarde e retornar a fila de espera, porém não seria justo com quem tinha chegado lá 5h30. Uma funcionária da STB percebeu a treta acontecendo, anotou em uma planilha o nome + número da fila para que fossem chamados em uma ordem justa para a palestra da tarde. Voltei cansado, estressado e com fome para o hotel, almocei pão com ovo com a minha mãe (que teve que renovar a diária do hotel e adiar a passagem do ônibus pois eu imaginava assistir a palestra da manhã), retornei para o teatro, achei meus amigos e fiquei lá mais uma hora sentado. A funcionária da STB começou a chamar, E ADIVNHA? NÃO, EU NÃO ENTREI.

“Eu quero chamar agora pelos números que vocês receberam quando chegaram. Do 79 ao 108” . Exatamente, eu não entrei por 7 senhas. Alguns minutos a mais chamaram a senha 109, 110, 111, 112, 113 e 114 que era meu amigo Guilherme e esse era o última espaço para a palestra. Vou repetir para vocês. A SENHA 114 ERA A ÚLTIMA SENHA A SER CHAMADA. Qual era a minha senha? Sim, 115. Eu chorei mas quando eu menos esperava a funcionária da STB voltou para avisar que tinham achado o último espaço no Teatro.

EU ENTREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI

No meio do caminho uma funcionária me barrou, falou que eu não poderia entrar e eu comecei a quase chorar e ela disse “BRINCADEIRA HAHAHA, PODE ENTRAR”.

Realmente, eu fiquei na ultima fileira encostado na escada mas no fim das contas assisti a palestra, peguei entrevista para quarta-feira (ou seja, tive que voltar para São Paulo na mesma semana). Foi uma loucura ficar na fila de espera do processo seletivo da Disney mas eu passei na primeira fase, passei na segunda fase e fui contratado para a role que eu queria, no parque dos sonhos e na data que eu precisava. Não da para reclamar!

Eu tive a melhor experiência da minha vida na Disney. Foi uma saga mas deu tudo certo. Então se é seu sonho, vale a fila de espera! Não sabemos como vai ser este ano mas eu evitaria São Paulo já que é sempre a mais lotada. E é claro que tudo isso que eu contei agora está registrado por vídeo:

 

 

 




Guilherme Beghetto

Alumni Character Attendant 17/18

Estudante de Biologia

Insta: @GuilhermeBeghetto

 

 

 

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Yasmin Graeml criou o Qualquer Latitude em 2013 durante um intercâmbio de High School na Austrália, jornalista e apaixonada por contar histórias adora dar conselhos de viagem e preparar roteiros para os leitores do blog!

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