Entre asas e raizes espalhadas
Vou começar essa história contando sobre a minha avó. Nós somos bem diferentes, talvez seja por personalidade ou nossa principal diferença é um mero conflito de gerações. O fato é que, por algum motivo desconhecido, ela não gostam de viajar. Gosta da comida dela e da casa dela. De avião então, ela nem gosta de ouvir falar. Se gostar tanto assim da própria casa for genético esse é o tipo de gene que ela escondeu junto com os olhos azuis e guardou só para ela.
Um dia ela se irritou comigo e com o meu irmão, disse que ficávamos muito tempo olhando para a tela do computador e disse: Venham sentar no banco e ver o mundo com a vó! Meu irmão, do auge da sabedoria dos seus 9 anos de idade respondeu sem pensar muito: Vó deste banco só dá para ver sua rua, você deveria viajar com a gente tem muita coisa mais emocionante pelo mundo! Ela riu e disse que a gente tinha nascido com rodinha no pé. Minha teoria é que se meu destino fosse ficar em um lugar só eu seria uma árvore.
Gosto de viajar e não sou o tipo de pessoa que acha melhor ainda voltar. Não por não sentir saudade ou por não gostar do Brasil. Meu problema é o medo de virar escrava da rotina. Sou atraída pelo diferente, outras culturas, religiões e pelas diferentes formas de viver. Tem tanta coisa lá fora para se prender a um lugar só.
Gostar de viajar é entender que asas não são o oposto de raízes e que o que se leva desta vida é vida que se leva. Viajar é poder voar e espalhar muitas raízes, se sentir em casa em lugares que muita gente jamais sonharia em chegar!
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Yasgraeml
Yasmin Graeml criou o Qualquer Latitude em 2013 durante um intercâmbio de High School na Austrália, jornalista e apaixonada por contar histórias adora dar conselhos de viagem e preparar roteiros para os leitores do blog!