sonhos de infância

If you can dream it, you can do it!

Quando a gente é criança temos sonhos inspirados pelos filmes que assistimos e também pelas pessoas que convivemos principalmente nossos pais. Entre querer ser aeromoça, professora, médica e princesa eu também queria ser igual meu pai e fazer o meu doutorado e Berkeley na Califórnia. Quando eu falava isso para as pessoas elas se assustavam e falavam para os meus pais que eles estavam criando um monstrinho acadêmico igual a eles.

Os anos foram passando e eu, como a maior parte das garotas entre os doze e os quinze anos, embarquei no mundo das histórias da Meg Cabot, principalmente na saga do Diário da Princesa. Afinal que menina não sonha em acordar um dia e ser uma princesa, não é mesmo? Lembro de quando a autora foi para Curitiba lançar o último livro. Minha tia foi encarregada de entrevistá-la e conseguiu para as sobrinhas um momento que nunca foi esquecido. Eu lembro da ansiedade de estar no hotel e de esperar a Meg Cabot chegar na sala.

Agora você deve estar se perguntando o que os sonhos dos meus pais tem haver com a minha vontade de acordar princesa igual a Mia Thermopolis. O filme do diário da Princesa se passa em São Francisco, o que já foi motivo para eu assisti-lo milhares de vezes no último mês e, apesar de eu não gostar muito do segundo filme por ser uma história completamente diferente dos livros, no segundo filme a princesa conta que sua melhor amiga Lily está estudando na universidade de Berkeley e que vai visitá-la o palácio nas férias.

Os anos passaram e novos sonhos surgiram e se realizaram, entre tantas novidades que a vida nos trás o sonho de morar perto de São Francisco e estudar em Berkeley foi caindo no esquecimento . Fiz intercâmbio de High School para a Austrália, entrei na faculdade de jornalismo, trabalhei na Disney e é claro criei o blog. Minha vida tomou outros caminhos mas como o mundo dá muitas voltas, quando eu menos esperava meu pai foi chamado para um pósdoc.

A notícia veio no meio de um turbilhão emocional e no começo eu nem tinha certeza se eu realmente queria ir. 2017 não foi um ano fácil, eu costumo brincar que foi um ano de muitas arraias e que me testou emocionalmente. Foram grandes decisões, novos caminhos, e superação de medos. Foi um ano que eu aprendi o quanto forte eu sou e que me fez repensar o que eu queria para o meu futuro e refazer escolhas. Eu pensei muito na Yasmin de quatro anos que andava de patinete olhando para aquela universidade enorme e só queria um dia poder se dizer aluna de lá.  Ela não iria querer que eu perdesse a oportunidade de subir na Torre de Berkeley como aluna antes mesmo de chegar no doutorado.



Se ano passado foi um ano de testes esta está sendo o ano da superação e dos sonhos realizados. Eu dei entrada no processo de seletivo para o BISP- Berkeley International Study Program, como sempre um pouco atrasada e correndo atrás de documentos que tinham um prazo curto para serem enviados. Chegou o dia da entrevista e desta vez não tinha grupos no facebook e alumnis do programa para me dar dicas igual no processo para Disney, apesar do nervosismo deu tudo certo e alguns dias depois eu recebi minha tão sonhada carta para o Berkeley Extension

Toda esta história me fez pensar em como a vida nos dá caminhos estranhos para conquistar aquilo que queremos. Que se a gente está disposto a agarrar cada oportunidade as coisas de fato acontecem. Eu acho que ainda não caiu a ficha de que neste momento, do aeroporto de Guarulhos eu estou a dois passos do meu sonho de infância e de um sonho muito mais legal do que descobrir que eu sou Princesa de Genóvia, um sonho que eu conquistei e que quem sabe me guie para um dia provar a determinação da Yasmin de 4 anos e fazer doutorado em Berkeley.




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Yasmin Graeml criou o Qualquer Latitude em 2013 durante um intercâmbio de High School na Austrália, jornalista e apaixonada por contar histórias adora dar conselhos de viagem e preparar roteiros para os leitores do blog!