Porque morar em um país de 3º mundo te faz mais humano

Solidáriedade

É fácil se acomodar. Principalmente quando se tem uma vida confortável, o problema é que nem todos tem as mesmas chances na vida. Estar distante de uma triste realidade, de pessoas que passam fome ou não tem onde morar acaba se torando fácil ignorar este tipo de problema que acontece em tantas áreas do mundo. Não ver um mendigo, uma criança sem escola não faz destes problemas inexistentes.

No Brasil vivemos cercados por campanhas solidárias, ONGs e trabalho voluntário. Doe calor, Páscoa Doce, festivais e festas em que a entrada seja um kg de alimento. Algumas semanas atrás passei em frente ao supermercado e uma senhora me pediu comida. Comprei pão, queijo, presunto e uma gelatina de sobremesa. Tenho sorte de nunca ter faltado comida na minha casa e de não saber como é passar fome. Também aprendi desde pequena sobre a importância de dividir e ajudar os outros.

Uma amiga que mora no Japão comentou comigo sobre as terríveis enchentes que acontecera lá, de pessoas que perderam tudo. Ela estava tentando organizar uma campanha, igual as que acontecem aqui para doação de roupas, sapatos, moveis. Mas tudo que conseguiu foi pessoas oferecendo dinheiro. Em países de primeiro mundo (generalizando) só se escuta em doar dinheiro para uma ONG ou para crianças na África. É claro que é uma ação importante e que ajuda bastante, mas no fim acaba sendo apenas um número a menos em uma conta bancaria. É diferente de abrir mão de um casaco que você gosta ou do seu tempo, de se sentir próximo e ter como objetivo pessoas ajudar.

Em países ricos ou pobres acontecem desastres naturais que deixam muitas pessoas precisando de ajuda e as vezes a ajuda é simplesmente de alguém para conversar e não existe lugar que não tenha pessoas em hospitais onde se pode fazer uma visita e alegrar o dia dos pacientes. Não é uma questão de religião fazer bem ao próximo e sim humana. Acho que essa é uma das principais lições a se tirar de um país como nosso, que apesar do desanimo perante a corrupção ou a violência ainda existem muitas pessoas de bom coração que estão dispostas a ajudar.

Yasmin Graeml criou o Qualquer Latitude em 2013 durante um intercâmbio de High School na Austrália, jornalista e apaixonada por contar histórias adora dar conselhos de viagem e preparar roteiros para os leitores do blog!