Curiosidades sobre hong kong

Curiosidades sobre Hong Kong

Ruelas, becos e escadas. É assim que eu descreveria Hong Kong, uma cidade tão complexa de uma maneira extremamente simples. Caí neste destino de paraquedas, nunca planejei. Estava indo de Sydney para a Califórnia e caí em uma longa escala por lá. Reflexo do pós-pandemia. A China re-abriu recentemente e quando comprei as passagens não tinham voos todos os dias para Sydney ou para a Califórnia. Mesmo sem muito planejamento esta viagem me surpreendeu e neste post vou contar algumas curiosidades sobre Hong Kong.

O rápido planejamento

Quando caiu a ficha da viagem que eu estava prestes a fazer, me veio à cabeça duas coisas: prédios altos e Disneyland. Um dia antes da viagem e o meu plano era passar um dia andando pelo centro, pesquisei alguns principais pontos turísticos e o outro na Disney, este para uma ex-cast member (funcionária da Disney) era inegociável. Em um churrasco do co-living que estava morando em Sydney descobri que uma das minhas vizinhas era de Hong Kong. Sentamos juntas e ela me ajudou a desenhar um roteiro totalmente diferente do plano original para o meu primeiro dia.

Contei para ela que o que eu mais gostava de fazer em viagem era bater perna. Que eu não tinha problema nenhum em andar, gostava de cafés, feirinhas e lugares que me fizessem sentir como uma formiguinha em um mundo gigantesco e com tantas formas diferentes de viver.

Poucos dos lugares que ela me falou estavam na minha lista original e saí de Hong Kong encantada. Talvez por não esperar nada, esta cidade conseguiu escrever em mim uma história e me surpreender de várias maneiras. 

As pessoas em Hong Kong são muito simpáticas

Cheguei em Hong Kong às 10 da noite, a máquina para comprar o ticket do trem só aceitava dinheiro. O casal atrás de mim, sem falar inglês, percebeu o meu perrengue e apontou em direção a um caixa eletrônico. Saquei dinheiro (usei o cartão da Wise) e voltei. Ainda assim não conseguia fazer a máquina funcionar, logo apareceu uma funcionária e me levou para um quiosque de ticket. Ufa. Entrei no trem e percebi que o pacote de internet que comprei não estava funcionando, tudo bem, eu já tinha pré-carregado o google maps no aeroporto e era só seguir até o hotel. O que poderia dar errado? 

Cheguei na estação central e o Google mandou sair pela saída C. Tudo certo até que vi esta placa: 

Lá fui eu tentar conversar com o moço no quiosque de tickets. Ele não me entendia muito bem, mas mostrei o meu celular e ele me deu um mapa em papel e apontou para onde deveria ser a saída C, que era do outro lado da estação.  Descobri que Hong Kong, assim como Bangkok, é um labirinto de passarelas que passa por cima das ruas movimentadas. O Google Maps é bem ruim para entender isso. Nada fazia sentido. Estudei o caminho antes de sair de casa e lembrava de passar por três Starbucks, porém em simplesmente não via nenhum. 

A passarela acabava na porta de um shopping. A esta altura já era mais de meia noite, estava claramente fechado. Parei na porta sem saber o que fazer, um moço entrou no shopping, no que ele fechou a porta me viu parada, voltou e falou: ta tudo bem, pode entrar. As lojas estavam todas fechadas, e naquele shopping eram só lojas de luxo. Passei pela Prada, Chanel, sentindo que eu não deveria estar lá. Peguei uma escada rolante e saí na rua. Pelo menos eu não estava mais em um shopping fechado. 

Na rua tudo brilhava, as luzes e os painéis. As ruas também estavam cheias, algo muito estranho para quem saiu da Austrália (onde tudo fecha às 5 e às 10 da noite já tem pouquíssimas pessoas na rua). Tudo certo até que ele falou: você chegou e eu estava no meio do nada. 

Comecei a pedir informação, as pessoas apontavam e eu não achava. Me mandaram para uma ruela que parecia assombrada e virar em uma escada. Eu estava sozinha, com uma mala grande indo em direção a uma rua escura. Mas já era mais de uma na manhã, eu não aguentava mais subir e descer escadas com a minha mala. EU PRECISAVA CHEGAR NESTE HOTEL! 

Pensando nesta história, percebi o quanto sou dependente do celular. Era só ter entrado em um Táxi, mas apesar de ter visto vários no caminho, eu simplesmente não pensei na solução analógica. Estava mais focada em tentar achar um Wifi aberto para pedir um uber…

A falta de acessibilidade 

A ilha de Hong Kong é uma montanha e as escadas simplesmente são ruas por lá. Não é uma cidade muito acessível, pelo menos a ilha de Hong Kong é ou escadas, ou carro. Isso também não colabora para o Google maps se achar e foi exatamente o que deu errado na minha caça ao hotel. Eu precisava subir uma escadaria para chegar, e eu não entendi. 

Bater perna em Hong Kong significa subir e descer muitas escadas por dia. 

Hong Kong é uma cidade cara

O dólar de Hong Kong é mais barato que o real (aproximadamente R$0,60 para HKG $1). Isso me deu a falsa expectativa de que seria um lugar barato. Ou pelo menos não caro. Porém, não é bem assim. Você pega em HKG o equivalente aos preços de uma cidade que vive em dólar americano, por exemplo, um café e um croissant facilmente custam $90HKG, ou seja, quase R$60 equivalente à 10-11 USD. 

O tamanho 

Hong Kong é muito pequeno, principalmente a Ilha de Hong Kong e os grandes prédios que eu imaginava são apenas em uma pequena parte da ilha. Hong Kong me lembrou uma mistura caótica dos prédios antigos de Barcelona e Rio de Janeiro com as feirinhas e labirintos de Bangkok na Tailândia. 

Segurança 

Bom, está só pela história da minha chegada, já dá para ver que é uma cidade bem segura. Mesmo de noite e com mala, não me senti insegura em nenhum momento da viagem.

A cidade não é uma cidade moderna

A minha imagem de Hong Kong com prédios estilo Nova York também estava bem errada. Apesar do skyline moderno na ilha de Hong Kong a maioria da cidade é compota por prédios bem antigos.

O quanto a pandemia afetou

Como Hong Kong ficou fechado por muito tempo, ainda tinha bem poucos turistas durante a minha viagem. As avaliações do google e do trip advisor também não estavam muito condizentes com a realidade. O meu hotel, por exemplo, tinha uma avaliação boa e foi uma experiência bem ruim. Quando fui ler os comentários todos os pré-pandemia estavam com ótimas avaliações e comentários, porém o pós as notas caiam muito. Como eram poucos comentários pós pandemia, a média seguia bem alta. Ou seja, era importante sempre ler os comentários recentes.

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Yasmin Graeml criou o Qualquer Latitude em 2013 durante um intercâmbio de High School na Austrália, jornalista e apaixonada por contar histórias adora dar conselhos de viagem e preparar roteiros para os leitores do blog!